sexta-feira, 9 de maio de 2008

O interesse do jovem amapaense pela política


O jovem atual é sabedor do que acontece no mundo em relação a última moda de roupa, sapatos, ou mesmo na área esportiva, qual o melhor jogador, ou sobre tecnologias, etc. Mas quando se fala no assunto: política, é difícil encontrar alguém que tenha uma opinião formada.
Segundo a estatística do Tribunal Regional Eleitoral, o número de jovens entre 16 a 17 anos que possuem título de eleitor no Amapá é de 11.317 registros, incluindo ambos os sexos. Já para a idade de 18 a 20 anos foram registrados 35.571, para 49.883 títulos de pessoas com a faixa etária de 21 a 24 anos. Os números mostram que quanto mais novo, menos interesse pela política.
O estudante Rafael Barbosa, 16 anos diz que não se interessa muito sobre assuntos relacionados à política. Mesmo por que a maioria das vezes que viu na tv sobre o assunto, foi de falcatruas e roubos envolvendo representantes da área. E isso criou uma imagem muito negativa sobre política partidária. Disse ainda que sempre troca de canal quando inicia o horário político e não tem preferência por partidos. Além de não saber os nomes de todos os representantes políticos do seu município. “Eu confesso que não sei muito, e acho o horário eleitoral muito chato”, confessa.
O vereador Clécio Vieira (PSOL), fala que a falta de interesse pela política, de modo generalizado, reflete em primeiro momento, uma descrença da parte da população, em relação preferências partidárias. Em segunda partida, a desmotivação. Depois de presenciar tantos casos de corrupção ninguém quer apostar as fichas em candidatos. E por último, as pessoas, por não crerem, por não se interessarem, conseqüentemente não vão entender. “A partir daí as pessoas não sabem posicionar suas opiniões diante do cenário política, seja partidário ou não”, comenta. Esse desinteressa é maior nas camadas jovens, onde o voto não é obrigatório. Uma solução apontada por Clécio, seria a inserção da política na educação, só que de forma mais estimulante e atrativa para a criança e adolescente. Para que o jovem passasse a entender com maior propriedade o assunto. “Atitude como esta desperta transformação”, reflete o político.Quanto mais há jovens que ignoram direitos como o ato de votar, é dada margem para atuação de falsos representantes do povo, como aqueles que usam da compra do voto como forma de eleição. “Quando a política se afasta da escola, mais o jovem se afasta do conhecimento de seus direitos”, conclui.



Flávia Fontes



(Matéria publicada no jornal A Gazeta em 2008)

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