sexta-feira, 16 de maio de 2008

Autoridades discutem abuso sobre sexual infantil


Segundo dados de uma pesquisa Nacional a cada oito minutos uma criança é violentada no Brasil, ato que causa 60 mil novas vitimas a cada ano, desse número 80% são meninas e 82% possuem de dois a dez anos de idade. E 90% dos abusos são praticados por alguém que a criança conhece ou tem alguma referência afetiva. Destes percentuais, o pai está entre o primeiro colocado, como violentador. Depois vêm o padrasto, tios, irmãos e outros. Para sensibilizar e discutir o assunto, Prefeitura Municipal de Macapá e Santana em parceria com o Governo, através da Secretaria Estadual de Saúde, promoveu o I Seminário de Sensibilização Multiprofissional de Atenção a Crianças e Adolescentes Vítimas de Abuso e Violência Sexual. O evento aconteceu ontem (15), às 14h, no auditório do Serviço Social da Indústria (Sesi/AP), e iniciou com a apresentação de uma peça teatral, intitulada “Os Indefesos”, que abordou de modo dramático o tema.
De acordo com a coordenadora do evento e do Grupo de Atividades e Monitoramento de Agravos por Fatores Externos da Secretaria Estadual de Saúde, Silvia Maués, o objetivo central é, através de uma mesa redonda, sensibilizar os profissionais da área de saúde sobre a problemática da agressão sexual contra crianças e adolescentes, através da promoção de novos conhecimentos, análises e reflexões sobre a temática. “Além de sensibilizar, queremos criar um debate sobre esse tipo de violência”, acrescentou.
A presidente do Conselho Tutelar, Cirlene Maciel, falou que os casos de abusos aumentaram progressivamente de 2005 até abril de 2008. Ressalta ainda que só nos quatro primeiros meses deste ano, a demanda superou 2006. “É preciso trabalhar na prevenção”, afirmou.
Diz ainda que a rede deve atuar com mais precisão, e que se faz necessário uma reestruturação de todo o sistema de atendimento que recebe as vítimas de abuso sexual.
“Nós encaminhamos mas é necessário observar se o atendimento funciona como deveria”, advertiu. Devido a delicadeza da situação, a criança que chega no hospital para passar pela avaliação médica e não pode esperar. Os profissionais da saúde precisam está envolvidos . “Então é necessária toda uma estrutura e formação continuada para lidar com a clientela”, comentou. Segundo dados do Conselho, a maior parte de denuncias de crianças que sofrem com o abuso, estão em bairros periféricos, com risco de vulnerabilidade. “Em Macapá, o maior índice está na zona norte”, concluiu.O secretário Municipal de Saúde Emmanuel Bentes, explicou que o seminário era uma forma de chamar a atenção das autoridades públicas e da sociedade para os trabalhos voltados para esta problemática. “Os índices estão aumentando e isso desperta a preocupação da Saúde Pública ”, disse o secretário.


Flávia Fontes


(matéria publicada no Jornal A Gazeta dia 16/5/08)

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