terça-feira, 25 de agosto de 2009

No ar...

Prezadas leitoras e leitores,

O Jornalismo de Saia teve alguns contratempos e, por isso, deixei de atualizá-lo, mas, aqui estamos novamente para trocar figuras, informar e nos divertir!


Flávia Fontes
Editora do Blog

terça-feira, 11 de agosto de 2009

DIA DE FOLGA



De volta para Casa



Flávia Fontes


“_Um beijo amor, te amo, viu?!” Assim, Arthur se despede, estampando uma ternura no olhar, que parece convencer-me de que a vida é doce. Mas a imagem dele distancia-se e o carro segue.
Daí em diante a poeira da estrada esfumaça a visão, apenas a senhora sentada ao banco da frente, chama minha vigilância. Ela dorme tranqüila, mas a cada buraco mal olhado, acorda e balbucia palavras de pouco sentido. “_Meu filho já paguei a corrida, já?... Ah, bom, só me avise quando chegarmos”, dizia a cada buraco. E o motorista, acostumado aos “sem sentidos da vida”, sorrir e conformado responde: “Pode deixar comigo Madame!”.

Então, só eu desconforme com tudo. Aquela poeira não incomoda a mais ninguém, só aos meus olhos. Fecho o vidro, coloco a jaqueta jeans sobre o rosto... Falta-me o ar... A viagem que parece não ter fim chega a um novo ponto: a travessia do Rio Jari. São 20h:07m.

Acordada, a senhora se mostra lúcida, mas o cheiro de álcool é forte assim como a generosidade dela. “A gente pega a catraia aqui, vem eu te ajudo”, diz solidária à minha desorientação. O celular toca, acho que é mensagem de Arthur, mas até abrir a bolsa e achar o caminho do barco.

A noite de agora parece mais escura que todas as anteriores, mas meu ser está tão claro, pareço uma ponta de estrela na terra dos desconhecidos... Embora, seja a segunda vez que venho a Monte Dourado, ainda não assimilei todos os trajetos de ida e vinda de Munguba e todas as catraias e táxis que temos que pegar para chegar a algum lugar. E, na penumbra, Lúcia, a senhora sonolenta, estende-me a mão e diz: “vem filha eu te ajudo”.

Ainda não sei se as pessoas se ajudam por que precisam de ajuda ou por que são solidárias. Embriagada e quase sem equilíbrio, a mulher parece dizer: “Eu te mostro o caminho, mas você me ajuda a andar”... Trato Feito! Seguimos a travessia. Dentro da pequena embarcação, Lúcia pergunta meu nome, meu endereço e como era de se esperar, pergunta o que eu estava fazendo ali.

Sentindo a brisa gelada tocar meu rosto, vejo o Rio ser cortado pela pequena embarcação. Dou-me o direito de permanecer em silêncio e observar, quantos sonhos disputam esperanças entre os olhos do rio, da mulher que parece sonolentamente solitária... E, nos meus olhos que também disputam sonhos nesta existência...



Continua na próxima semana

terça-feira, 4 de agosto de 2009

PARA REFLETIR



Dia de Folga



Flávia Fontes


Atenção! Hoje sai para relaxar... Onde fui? Ainda não sei, mas está ficando interessante não saber... Semana passada eu avaliei meu estado. Confesso que entre os milhares de questionamentos, cheguei a poucos resultados ou respostas. Entre eles: quem sou, por que, etc e tal... Mas não quero esse blá blá blá de sempre saber de tudo. Tenho a leve impressão que vou me arrepender do que acabei de dizer, mas também não quero pensar nisto agora... Eu quero mesmo é não pensar... Não me cobrar... Não me... Deixa pra lá...

Acabei de trocar de roupa, mexi os cabelos... Essa imagem ainda precisa mudar... Talvez se eu usasse o cabelo para o lado, ou talvez o outro... Assim... Meus traços... Meus anseios... Bom, mas quem disse que eu não posso usar este hoje e manhã, mudar?

É melhor eu ir, mas para onde mesmo? Não sei... Minha palma estar aberta e há nela tantas estrelas e a mistura de um céu infinito... O vento hoje é meu rumo... Só hoje...

Caso alguém pergunte: Hoje sai para relaxar...



Continua na Próxima semana