terça-feira, 10 de junho de 2008

Índice de Preço de Macapá


Alimentação e bebidas fecha maio em alta


Flávia Fontes

Os alimentos estão mais caros não só no Brasil, mas no mundo todo. Esse fator deixa as autoridades em alerta e gera discussões sobre possíveis causas para uma futura escassez de comida no planeta.


Trabalhar para comer
De acordo com última pesquisa feita pela Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Tesouro (Seplan/AP) juntamente com a Federação do Comércio do Amapá (Fecomercio), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade de Macapá registrou 0,82% no mês de maio. Mesmo com o resultado menor que ao apurado no mês de abril (0,86%), para adquirir os itens da cesta básica oficial que em maio fechou R$ 200, 51, o trabalhador macapaense, que recebe um salário mínimo, teria que cumprir uma jornada de 106 horas e 24 minutos. O que representa 48% de seus rendimentos brutos. Em maio do ano passado, a cesta custava R$ 164,14, e o comprometimento do salário para adquiri-la era de 43%. O mínimo na época era de R$ 380.


Fechar a boca
No IPC deste ano, o grupo alimentação e bebidas apresentou alta nos últimos meses e continua influenciando o resultado dos preços médios. Em maio, alimentos registraram alta de 1,20%, e ficou acima do apurado no mês de abril, (0,47%). Dentro do grupo os produtos que registraram maior elevação em seus preços médios foram: farinha de trigo (15,35%); arroz (14,53); cebola (6,46%); tomate (6,46%); e o pão (6,37%). Já uma das principais quedas foi registrada pelo grupo de peixes e crustáceos, 0,13% mais barato.


Papo inglês
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO) são quatro os principais fatores que influenciam a alta dos preços dos alimentos: Aumento da demanda, alta do petróleo, especulação e condições climáticas desfavoráveis. Há controvérsias sobre a dimensão da responsabilidade dos biocombustíveis, cujas matérias-primas (cana, milho e outras) disputam espaço com culturas destinadas à produção de comida.


O mal do amarelão...
Para o estatístico da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Tesouro (Seplan/AP), Francisco de Assis, esse aumento nos preços ocorre em todo o Brasil, inclusive no Amapá. Devido à dinâmica da globalização as crises refletem na economia do mundo todo. “Um exemplo é o aumento do preço do pão, reflexo da crise do trigo”, explica. Para explicar a crise atual, no entanto, não é possível eleger um único culpado. Segundo especialistas, são vários os motivos e fatores que culminaram no cenário de inflação agravado desde o começo do ano.
IPC: Importante Parar de ComprarAinda de acordo com o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) da cidade de Macapá, os medicamentos registraram 1,49%, mais caros. Óculos e lentes (5,22%), também tiveram aumento na variação dos preços, o que contribuiu para elevação no item Saúde. A única deflação apresentada foi para o grupo de vestuário (-0,92%), onde calçados ficaram 9,74% mais barato e as roupas femininas apresentaram diminuição de 3,12% nos valores médios. Com estes resultados o IPC acumula ao ano uma taxa de 4,72% e nos últimos doze meses 9,93%, resultados acima do apurado em 2007 quando o índice acumulou taxa de 2,2,51% no ano e 5,13% em dose meses anteriores. A Cesta Básica oficial de Macapá registrou variação de 1,81% comparada ao mês anterior, abril. As variações que mais se destacam foram: arroz (14,53%); tomate (6,46%) e do pão (6,37%).



(Matéria publicada no jornal A Gazeta em 10/06/08)

Um comentário:

Anônimo disse...

tão competente quanto bonita, parabéns! beijo, luís.