segunda-feira, 23 de junho de 2008

DIALESXIA


Especialista diz que os pais podem identificar o distúrbio

Flávia Fontes

Dificuldade de escrita e leitura; falta de concentração; distúrbios do sono; essas e outras características podem ser a comprovação de que seu filho é disléxico. A dislexia tem base neurológica e existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, o que justifica que se repita nas mesmas famílias. Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula.

ENTENDO MELHOR
Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial sofre do problema. O disléxico tem a área específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito, mais desenvolvida do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificaria a grande relação à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimensões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas. Embora exista disléxico ganhador de medalha olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora. Como por exemplo, não ter domínio motor que lhe dê a capacidade de apertar um simples parafuso.

PALAVRA DE UM ESPECIALISTA
De acordo com a psico-pedagoga Keila Nery, embora seja possível diagnosticar esta deficiência quando bebê; é mais perceptível em idade escolar. Nesta fase a criança evidência problemas no desenvolvimento da leitura e escrita. “Ela tem a capacidade de responder qualquer pergunta que for direcionada a ela, mas a maior dificuldade é escrever”, explica ela.
Ainda segunda Keila Nery, o aluno pode simplesmente trocar a posição ou confundir as letras, “É como se as letras dançassem na página, e em muitos casos a mãe, ou pai pensa que a criança está com preguiça ou mesmo fazendo mimo”, diz ela. Se for comprovado que a criança é portadora de dislexia, a solução é a família encarar a situação de modo natural e, além de procurar um psicólogo, conversar com professores, orientadores pedagógicos onde seus filhos estudam, para haver um acompanhamento especial.“Existem disléxicos com mentes brilhantes e grandes gênios na história que eram portadores de dislexia”, comenta. Mas a especialista alerta para que os pais tomem cuidado para não criar discriminação e acabar prejudicando a auto-estima dessas crianças. “Às vezes os pais querem super proteger os filhos e acabam fazendo com que eles vivam fora da realidade, o melhor é esclarecer a dificuldade, mas sem machucá-los” conclui a psico-pedagoga.
(matéria publicada no Jornal A Gazeta)

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