quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lua e Insônia


*Por Flávia Fontes

E, ela parecia tão segura de “tudo”... Dos olhos às sombras que fazia pelo caminho... Eram sorrisos, esperanças e certezas, como jamais vivera, como jamais quisera... Então, por que “tudo” mudou? Não mais como um passe de mágicas, apenas como um triste som de pouso ao final das nuvens.

Onde estão?... As certezas... E ausência de sua poesia tão peculiar ao clima gelado? Ela voltou à sua escrivaninha, à sua área de trabalho e àquele cafezinho preto ao sair do sol... Noites longas de duas velhas amigas: a Lua e a insônia. Solitárias...

Agora, sentia-se triste também, como as letras que pingavam no teclado, na tela de seu computador humano e que formavam as palavras de seus sentimentos indefiníveis pelo tempo... “Tudo” parecia tão certo... E, agora?!

Nada muito, nada mais, nada pouco, nada menos... Nada além de suas poesias... O caminho, de fato é o mesmo, mas o sabor da estrada é outro, parece menos convidativo que antes, já que, aprendeu a voar... Pisar no chão é desconfortante...

Ela lança mão da caneta, papel e as tintas voltam a pingar... Dos olhos, não mais de esperança, Beatriz deixa pingar mais uma produção literária, como sempre escrevera, como jamais pensara...



*Jornalista e escritora

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