terça-feira, 14 de abril de 2009

CHOCANTE


Mostra em Paris revela a história de fotos famosas e polêmicas


da BBC



A exposição Controvérsias-Fotos com Histórias, na Biblioteca Nacional da França, em Paris, apresenta 80 fotografias que causaram polêmica no último século ou chegaram a ser proibidas. Algumas delas também foram objeto de ações judiciais.

Entre as várias imagens associadas a fatos históricos na exposição, no prédio mais antigo da Biblioteca Nacional da França, a unidade Richelieu, está a foto da menina colombiana Oymara Sánchez, que se tornou símbolo do drama da erupção do vulcão Nevado del Ruiz, em 1986, que matou 24 mil pessoas.Acriança, ferida e com as pernas presas, ficou três dias em agonia e morreu diante das câmeras. O fotógrafo Franck Fournier ganhou, com a imagem da garota entre a vida e a morte, o World Press Photo, no mesmo ano.Outro destaque da mostra é a foto Beijando a freira, do fotógrafo italiano Oliviero Toscani, criador de várias imagens usadas em campanhas publicitárias da Benetton. A foto chegou a ser proibida na Itália e na França após protestos da igreja.Um dos curadores da exposição é o suíço Christian Pirker, que foi advogado da Benetton no processo movido contra o anúncio que mostrava um homem morrendo de Aids no hospital.


Pirker defende a natureza polêmica das fotografias mas rejeita a pecha -associada a algumas imagens - de que elas teriam buscado o "escândalo"."Elas suscitam opiniões divergentes, que podem ser argumentadas de acordo como ponto de vista. Um escândalo tem, normalmente, uma explicação unilateral e gratuita", diz ele.ManipulaçãoEntre as fotografias históricas estão várias que estiveram envolvidas em acusações de manipulação.É o caso da foto A bandeira vermelha sobre o Reichstag, do fotógrafo de guerra Evgueni Khaldei.A foto, considerada uma imagem emblemática do final da Segunda Guerra, mostra um soldado levantando a bandeira soviética no telhado em ruínas do parlamento alemão, em Berlim.Mas a imagem original,apresentada na exposição ao lado da imagem retocada, mostra que o soldado que agitava a bandeira estava usando dois relógios, um em cada braço.Como na época, os soldados russos eram acusados de fazer pilhagens, o fotógrafo recebeu a ordem de"apagar" da foto o segundo relógio, que estava no braço direito do militar.Já bem mais grave é a acusação de fraude feita contra uma das imagens mais famosas da era moderna, a foto do astronauta americano Neal Armstrong dando o primeiro passo sobre a Lua.Desde 1969, surgiram acusações de que ela seria falsa. A polêmica reapareceu após dois documentários realizados no final dos anos 90, segundo os quais a Nasa teria enganado o mundo todo ao simular as expedições lunares em um estúdio ou um deserto. De acordo com os dois documentários, o cineasta Stanley Kubrick teria realizado as imagens do homem sobre a lua e recebido, em troca, câmeras sofisticadas para fazer filmagens noturnas.


Controvérsias A mostra também expõe a última imagem da princesa Diana viva, feita por um paparazzi. A exposição revela que os "paparazzi" não são um fenômeno recente. Em1898, dois fotógrafos conseguiram entrar na residência do chanceler alemão Otto von Bismarck, que havia falecido, e tiraram fotos do morto.A família foi à Justiça e consegui confiscar as imagens. Os fotógrafos foram condenados à prisão e, somente em 1952, uma revista alemã publicou as fotografias.A exposição fica em cartaz até o dia 24 de maio em Paris.
NomeOrigem("BOL - Noticias - Entretenimento").




quarta-feira, 8 de abril de 2009

Pelo Dia do Jornalista



Para jornalista ler




Atire a primeira pedra quem nunca ouviu aquela bronca do editor chefe da redação; do diretor de jornalismo. Seja por uma matéria que não deveria sair, um simples erro gramatical, um fato que deixou de cobrir ou pelo estresse do chefe que brigou em casa e veio descontar em você... Enfim, são diversos motivos.

Um passo a frente quem nunca se sentiu confuso diante da primeira cobertura, com uma insegurança, quase um frio na barriga, era sua primeira matéria. Quase como o primeiro beijo, como o primeiro amor... Ela se tornou manchete, sua insegurança se evaporou no dia seguinte ao ouvir: “parabéns”...

Quero saber quem ousa dizer que nunca se sentiu inútil diante das transformações humanas, gostos, costumes, culturas... Mesmo aqueles hábitos que mais te incomodam. A inutilidade se deu mesmo com a sua imensa sede de mudança, a única ferramenta que te sobra é a caneta, o bloco de anotações e uma “liberdade de expressão”.

Quem nunca se sentiu um superman, quando sua reportagem repercutiu, saiu do seu controle, gerou outras pautas, criou um tititi na cidade, acionou o poder público, incomodou... Aí veio a mente o quanto nossa canetinha e nosso bloquinho são úteis...

Quem nunca cobiçou uma fonte alheia, quem nunca foi falso com o próximo para obter uma informação a mais... Quem nunca levou um bolo de um entrevistado ou perdeu uma entrevista importante por causa do trânsito, de um atraso qualquer...

Quem nunca se sentiu estranho por te pedirem um autógrafo, dizendo que não perdem uma matéria sua, que são teus fãs, que te admiram... Em pensar que nem sua família te assiste, te leem...

Quem nunca fumou feito um condenado, ou quem nunca se encheu de café antes de compor uma matéria, quem nunca passou a mão na cabeça, como se isso fosse ajudar a produzir... Na verdade me diga quem nunca teve um hábito estranho antes de concluir sua escrita... Ou mesmo quando lembrou de uma pauta quentíssima!

Diga-me ainda quem foi esse que não percebeu que se equivocou com o colega novato, ele parecia bobo demais, você o subestimou e ele te surpreendeu e te superou...

Quem nunca desejou aumento de salário, quem nunca desejou trocar de carro, quem nunca pensou: “porque não me formei em médico ou advogado como meus pais queriam?”... Daí você começa a se imaginar dentro de um consultório, dentro de um escritório fechado, formal, enclausurado dentro de si mesmo... Falta algo...

Quem nunca pegou o sol do meio dia, ou uma chuva para poder cobrir uma matéria especial, que no final não teve tanta repercussão quanto você queria...

E ao final de semana, você resolveu sair para distrair, marcou com alguns amigos no barzinho... Quer “desestressar” do trabalho, mas advinha qual o principal assunto da mesa: trabalho...

Quem nunca se sentiu lisonjeado ou humilhado... Satisfeito ou inconformado... Famoso e sem grana... Multidão e solitário...

Quem nunca dormiu pensando numa pauta, com medo de esquecer no outro dia, interrompeu seu descanso no meio da madrugada e correu para anotar a idéia... Ou quem nunca acordou sem noção do que produzir no dia...

Quem nunca se sentiu um foca... E mesmo diante de muitas dificuldades, se você pudesse voltar no tempo escolheria ser jornalista... Então você nasceu para isto...

Como jornalista você pode saber de tudo um pouco... Quando você sai da redação, com a pauta na mão, você se vale do que? Como? Quando? Onde e por que? Você enche a vida de perguntas...

Sua benção e sua maldição é amar o que faz e perseguir este amor. É trabalhar aos finais de semana, aos feriados, no dia seu aniversário e com tamanha paixão dedicar-se...

Por que ser jornalista é não ter medo da morte, muito menos ter medo da vida... Ser jornalista não é ser parcial, mas verdadeiro, consigo com o consumidor da notícia...

Você é jornalista, mais que um contador de histórias, formador de opinião, responsável pelo sigilo das fontes ou pelo estardalhaço de uma informação...

Jornalistas, nossos “poderes” são grandes, mas nossa responsabilidade é ainda maior...

Parabéns!


Flávia Fontes


Jornalista